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terça-feira, 8 de setembro de 2009

O Retorno do Gigante

Sete de setembro de 2009: um dia memorável.

Daqui a cinco, dez anos... quando nos depararmos com as escolas desenvolvendo seus desfiles cívicos, vamos nos lembrar deste dia. Depois de vários anos meio adormecido, o gigante retornou as avenidas do Penedo, enchendo de alegria e orgulho todos aqueles que realmente conhecem a trajetória histórica da nossa Escola.

Não podemos negar: os tempos são outros. A cadência da marcha e o alinhamento militar (resquícios de um outro momento sócio-histórico brasileiro) deram lugar a alegria, a descontração e a miscelânea de cores e ritmos, características de um país democrático, cujo traço cultural mais relevante é a miscigenação.


Estamos todos de parabéns!


Alunos, Professores, Coordenadoras Pedagógicas, Gestoras e demais colaboradores mostraram que com planejamento, organização e união é possível transpor qualquer dificuldade: pensamentos negativos, preconceitos mesquinhos, má vontade, preguiça, desarticulação dos organizadores...

Nosso desfile foi excepcional! Desde o primeiro pelotão, com moças e rapazes vistosos, faixas e estandartes, que anunciavam a passagem do Comendador Peixoto. Inovamos ao colocar o pelotão fardado na primeira parte do desfile, numa declaração explícita de amor e de respeito à Escola.

A Viagem Musical pela História do Brasil, como não poderia deixar de ser, iniciou com a música dos índios, primeiros habitantes da nossa terra. Estudantes caracterizados lembravam a importância da música na cultura indígena.

Logo em seguida, vieram os missionários católicos, responsáveis pela introdução da musicalidade européia no Brasil, como ferramenta de catequização dos nativos. Merecem destaque, o carro com a primeira missa e a alusão aos religiosos franciscanos da cidade do Penedo, que se destacaram no campo musical ainda no período colonial, bem como a singela homenagem feita ao “Mestre Marcelino”, exemplo de luta e perseverança na preservação e propagação da história franciscana.

Legítimo representante do período imperial brasileiro, o Batuque veio repleto da musicalidade africana, “tempero” essencial na fascinante mistura brasileira. Foram evidenciados objetos e fatos que caracterizam o período e o estilo.

Com o advento da República e a necessidade de consolidação da nação brasileira, o momento agora é de evidenciar a rica cultura nordestina através do Frevo, com seus bonecos gigantes, estandartes coloridos, passistas frenéticas, ritmo e cores vibrantes. Impressionou o número de participantes, todos eles dos terceiros anos do noturno, fazendo lembrar o melhor dos grupos carnavalescos pernambucanos.

Representando também a cultura afro-brasileira, tivemos: as Marchinhas Carnavalescas e o Samba, trazendo a malandragem carioca, sambistas, compositores e canções, que caracterizam o famoso “samba dourado”; e a Badauê, simbolizando a musicalidade presente nos rituais religiosos, que encantou o público com suas ‘mães de santo’ estilizadas, repudiando toda e qualquer forma de preconceito.

Priorizando a cultura e a música nordestina, o Forró pede passagem ao som da sanfona, do triângulo e do zabumba. Mestre Luís Gonzaga não poderia faltar, assim como outros ícones responsáveis pela disseminação do forró, que levou um pouco do Nordeste para todo o país.

Chegamos a meados do século XX, é tempo de renovação das esperanças e de reinvenção da cultura brasileira. Em harmonia com o espírito daquela época, a Bossa Nova surge como expressão desse movimento renovador. Tom e Vinícius, dentre outros nomes emblemáticos marcaram presença no nosso desfile, dentro do estilo boêmio que caracterizou o período. Destacamos ainda o conteúdo e o layout dos cartazes.

Nesse mesmo impulso social, político, cultural e musical, já na década de 60, nasce a Jovem Guarda, capitaneada por Roberto Carlos no melhor do estilo iê-iê-iê. Os cartazes e os vestidos de bolinha, dos Pioneiros da Jovem Guarda, fizeram o maior sucesso, principalmente entre aqueles que viveram aquele período, que marcou a música, o comportamento e a moda brasileira.

Porém, ainda na década de 60, as mudanças no cenário político brasileiro, fizeram com que muitos artistas, intelectuais e outros profissionais silenciassem. A inclusão da chamada Música de Protesto nos leva a refletir sobre o papel da arte, e da música especificamente, enquanto ferramenta de contestação. Um número significativo de alunos levou para o desfile de Sete de Setembro lembranças desse período obscuro da história brasileira, com informações sobre compositores e canções, que de forma bastante sutil buscavam romper o lacre da repressão imposto pelos militares.

Da década de 70, período que antecedeu a fase de redemocratização do país, trouxemos o Funk. Estilo musical de origem negra norte-americana, que também preconizou o desencadeamento do processo de globalização cultural, ao qual fomos submetidos. James Brown, um dos principais responsáveis pela evolução desse estilo musical marcou presença na apresentação.

Um lindo banner trazendo a figura de Renato Russo abriu a participação da “Geração Coca-Cola”, que cultuava o Pop Rock, seguindo as tendências culturais marcantes na década de 80, quando os brasileiros se mobilizavam em defesa da democracia. Era necessário cantar as magoas e as desilusões que foram vividas, assim como o amor e a esperança de vivermos dias melhores. Além do líder da Legião Urbana, também foram lembrados nomes como Cazuza, RPM, Barão Vermelho entre outros.

O Axé Music evidencia nossa passagem pela década de 90. Os participantes se esforçaram para demonstrar toda alegria e descontração inerente ao período. As “pequenas” dançarinas deram um show, com todo requebrado que a música baiana inspira.

Fechando nosso desfile, ainda na década de 90, trouxemos a EletroMix. As mudanças decorrentes do desenvolvimento tecnológico chegaram a música, e tudo indica que chegaram para ficar. Ao som da DJ, colocada num carro com sua pick-up os alunos evidenciaram essa tendência marcante, que até hoje nos embala com seus remix maravilhosos e contagiantes.

Nossa BANDA MARCIAL DE FANFARA é um capítulo a parte...











Vale ainda ressaltar alguns problemas, que, no atual contexto, excedem a nossa capacidade de ação, como a distribuição do som durante o desfile e a definição dos horários para passagem de cada escola. Tais fatores nos levam a refletir sobre a possibilidade de redução e adequação do percurso do desfile e a instalação de um sistema de som. Se a idéia é aprimorar a forma de organização do desfile, não tem cabimento que ano após ano nossa Escola tenha que sacrificar sua passagem por conta do atraso dos outros.
Para os desavisados, nosso DiaSete.com Música não para por aqui. Está previsto para o dia sete de novembro (sábado) o fechamento deste grandioso projeto, com uma programação que compreenderá apresentações musicais e dançantes, gincana de perguntas e respostas, exposição de faixas e cartazes etc.

Fica aqui o nosso agradecimento sincero em reconhecimento ao esforço, organização e entusiasmo de todos no decorrer do projeto e, especialmente, no desfile de Sete de Setembro.

Breve, divulgaremos o vídeo e as fotos do desfile. Por enquanto, vejam o vídeo feito pelo Kim. postado no youtube:

Um comentário:

  1. realmente nosso comendaddor foi brilhante nesse desfile civico,principalmente a equipe so bre musicas catolicas.

    parabens

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