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terça-feira, 19 de maio de 2009

Texto da professora Márcia Brito Nery Alves

É com orgulho que publicamos o resumo do texto "DESENVOLVENDO OS SENTIDOS PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Atividades Praticas no Ensino Fundamental", produzido pela professora Márcia Brito Nery Alves, com a colaboração do professor Carlos Alberto Santana Elóy e da professora Maria Aparecida Santos Pereira, a partir das atividades desenvolvidas em nossa Escola. Essa parceria entre os docentes tem comprovado a existência de inúmeras possibilidades para a efetivação do trabalho docente, atribuindo significados aos conteúdos de forma prática e dinâmica e fazendo do ambiente escolar um espaço de produção do conhecimento científico.
O trabalho coompleto pode ser acessado no site do 12º Encontro de Geografos da América Latina, que ocorreu no Uruguai no último mês de abril. Parabéns e que este exemplo possa ser seguido por outros profissionais.

RESUMO

A Percepção Ambiental no Ensino Fundamental se faz extremamente necessária. É a partir das relações e representações do alunado sobre o espaço que cada indivíduo percebe, reage e responde diferentemente frente às ações sobre o meio. As respostas ou manifestações são, portanto resultado das percepções, dos processos cognitivos,
julgamentos e expectativas de cada indivíduo. Embora nem todas as manifestações
psicológicas sejam evidentes, são constantes, e afetam nossa conduta, na maioria das
vezes, inconscientemente. Este trabalho discute a contribuição das aulas de campo
desenvolvidas como ferramenta para uma abordagem práticas nas aulas de educação ambiental, realizadas com alunos do ensino fundamental do Colégio Estadual Comendador da Silva Peixoto, sistematizadas no Projeto “Conhecendo o meu lugar na Educação Ambiental”. É indispensável relatar as experiências desenvolvidas com profissionais envolvidos e preocupados com o meio ambiente, sobretudo quando o assunto é a Educação Ambiental. Durante a aula convencional são discutidos temas relevantes, de caráter local e regional, abordando aspectos sociais, políticos, econômicos e ambientais e atividades humanas que ao longo da história vem produzindo diferentes impactos ao meio ambiente. A aula de campo complementa o conhecimento produzindo em sala de aula, instigando a percepção dos alunos, permitindo o desenvolvimento de uma consciência ambiental. Ao chegarem no local, uma leitura visual é sugerida com base nas imagens e representações pré-concebidas dos alunos, para, logo em seguida, ser proposta uma nova leitura. Agora, com os olhos vendados, possibilita-se um desenvolvimento da percepção a partir dos outros órgãos do sentido, com ênfase na audição, no olfato e no tato. Na ocasião, os alunos são convidados a se tornarem parte daquele ambiente e a observarem o que esta “no lugar” e o que está “fora do lugar”, elaborando assim um mapa mental. Conforme Tuan, (1975), os mapas mentais têm as seguintes funções: nos preparam para comunicar efetivamente informações espaciais,tornam possível ensaiar comportamentos espaciais na mente ,são dispositivos de memória; quando se deseja memorizar eventos, pessoas e coisas, eles ajudam, a saber, sua localização,como mapas reais, os mapas mentais são meios de estruturar e armazenar conhecimento,eles são mundos imaginários, porque permitem retratar lugares muitas vezes não acessíveis para as pessoas. Dentro desta perspectiva, é importante destacar que os mapas mentais estão relacionados às características do mundo real, ou seja, não são construções imaginárias, de lugares imaginários, mas são construídos por sujeitos históricos reais, reproduzindo lugares reais, vividos, produzidos e construídos materialmente. Desta forma ao estudar os mapas mentais das pessoas, não se pode impor categorias acadêmicas e artísticas, mas sim interpretá-los como uma forma de comunicação. Na educação básica, utiliza-se os mapas mentais, com objetivo de avaliar a percepção que os indivíduos tinham do espaço onde estão inseridos. Desta forma, os mapas mentais correspondem aos desenhos realizados pelos indivíduos, onde representam o seu espaço vivido. Para interpretação e análise dos mapas mentais elaborados pelos entrevistados, selecionamos as representações que contém imagens, e para realizar a análise das referidas imagens. Obtendo, como parâmetro à interpretação quanto à forma de representação dos elementos na imagem, sendo uma distribuição quanto à classificação de ícones (pela representação da paisagem natural, construída, vivida, elementos humanos e móveis), as letras, (palavras complementando as
representações gráficas) e os mapas, formam de representação gráfica do espaço.
Podendo ainda aparecer outras formas de representação que serão analisados de acordo
com a temática desenvolvida. Agora como “atores ambientais” eles terão nas mãos a oportunidade de proporem soluções para os problemas encontrados, ações e medidas de preservação e conservação do ambiente visitado. Ao retornar à sala de aula, a turma que
acompanhou animada e atenta as instruções pré-estabelecidas relatam as atividades de percepção através de fotografias, desenhos, murais em tecido, seminários para as outras
turmas, onde irão transmitir os conhecimentos adquiridos durante a aula de campo, além
de produzirem textos em forma de cordel sobre a experiência vivenciada fora do ambiente
de sala de aula. No geral toda a turma se envolve nas aulas de campo. Atentos a garotada anota todas as informações percebidas, e as que foram repassados pelo professor e moradores do lugar visitado. Mesmo com pouca idade começam a criar a consciência da necessidade de se preservar os recursos naturais e o lugar vivido e concebido no seu dia-a-dia.

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