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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Na era do Projeto Geração Saber é imprescindível que o Conselho de Educação seja realmente a ponte entre o governo e a implementação de políticas

Na era do Projeto Geração Saber é imprescindível que o Conselho de Estadual de Educação seja realmente a ponte entre os órgãos governamentais e a implementação de políticas públicas.

por Arísia Barros


A África fica do outro lado da rua, só nos falta coragem de atravessá-la, diz-nos o professor Henrique Cunha, da Universidade Federal do Ceará, em um texto conciso e preciso que nos aponta a importância do estudo da história africana e negra brasileira nas salas de aula.
A frase nos remete a urgente necessidade pedagógica de promover a dança dos elos visando desmistificar opiniões preestabelecidas e impostas pela sociedade contemporânea. A distância que separa do outro lado da rua de uma possível consciência negra tem nome e ideologia da hierarquização de grupos humanos: racismo!
Como trabalhar a questão dos estereótipos, racismo, sexismo e as muitas e variáveis formas de preconceitos?
A educação é uma das mais importantes argamassas para que nós, professoras e professores possamos ladrilhar de conhecimento as muitas ruas que nossas crianças e adolescentes terão que atravessar ao longo ao longo da vida.
O preconceito é fruto legitimo da nossa falta de conhecimentos. A África que existe em nós é um continente sem ruas. É um beco sem saída.
Precisamos sim, aprender a lidar com a pluralidade étnica e cultural que senta nos bancos de nossas escolas, afinal o estado brasileiro fora do continente africano é o maior em população negra.
Precisamos apreender a exercitar a pluralidade da educação investindo bem mais além do nosso abecedário metódico e geracional.
Que façamos a nossa reflexão; afinal porque resistimos tanto e tão bravamente em atravessar essa distância que nos aproximará de experiências ricas de saberes,trocas e vivências?
Nossa resistência é produto da nossa história escravocrata que ainda sobrevive nos subterrâneos sociais. Precisamos rompê-las.
Precisamos reavaliar nossa prática pedagógica ao positivar o fundamental papel das etnias na construção de pontes e caminhos históricos.
Que possamos propor uma releitura das limitações que impomos ao contribuir na divulgação dos estereótipos: Isso só pode ser coisa de negro!. Das imagens negativas instauradas nos livros didáticos, povoando o imaginário das crianças: Tia, minha mãe diz que todo negro é mau! E sedimentando conceitos articulando preconceitos na sociedade escolar.
A negação de informações esfacela identidades históricas. A gente só ama aquilo que conhece. Conhecer as muitas histórias dos povos é uma viagem fascinante ao topo das descobertas. E descoberta é a sumula do aprendizado.
A Lei Estadual nº 6.814/07 sancionada em 2007 têm o papel de romper paradigmas.
Na era do Projeto Geração Saber é imprescindível que o Conselho de Estadual de Educação seja realmente a ponte entre os órgãos governamentais e a implementação de políticas públicas.
Ou a Lei Estadual nº 6.814/07 sancionada pelo chefe maior do estado, o governador, não é considerada política pública?
Será?

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