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segunda-feira, 16 de março de 2009

Escola dispensa alunos por falta de professores
Além disso, faltam mesas e cadeiras para as aulas


Gazataweb - Isolda Herculano











A situação não é boa para alunos que frequentam a Escola Estadual Josefa Conceição da Silva, no bairro Canaã, em Maceió. Segundo denúncia apurada pela reportagem da Gazetaweb, faltam professores para ministrar disciplinas na instituição – que é a única pública a atender alunos dos ensinos fundamental e médio no bairro.

A diretora da escola, Ângela Cassiano, confirma a carência, especificando as disciplinas em que faltam docentes: Língua Portuguesa, Matemática, Física, Química, Inglês e Biologia. Ainda segundo ela, a alternativa que resta para as lacunas na grade escolar é a espera ou a dispensa: “Quando não tem professor em sala, os alunos precisam ficar na escola, no pátio, até que o próximo horário chegue. Ou, então, se forem nos últimos dois horários, por exemplo, temos que dispensar”, confirmou Ângela.

O problema teria se evidenciado desde a saída de monitores na escola – antes do ano letivo de 2009 começar: “Quando tínhamos os monitores, eles substituíam os professores que faltavam”. Os profissionais que Ângela se refere eram funcionários não-concursados que tiveram seus contratos vencidos após dois anos de atuação. Teoricamente, a saída dos monitores deveria ser compensada com a chegada de professores concursados, o que não aconteceu.

A diretora declarou que a carência de professores já foi informada a Secretaria do Estado de Educação e ao Ministério Público (MP). A Promotoria do MP convocou, inclusive, uma reunião com todos os diretores de escolas – realizada no dia 6 de março – onde as evidências apresentadas foram incluídas numa ação pública contra o Estado: “Antes do chamado da Promotoria, nós já havíamos enviado solicitações com as carências da escola, que não são apenas de professores”, declara.

A saída encontrada pelos pais de alunos inconformados com a situação tem sido o pedido de transferência dos filhos. Alguns a teriam encontrado vagas no Centro de Estudos e Pesquisas Aplicadas (Cepa), no Farol. Segundo ela, os pais estão cientes da situação da escola, pois muitos deles freqüentam as aulas do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), durante a noite.

Mais carências


De acordo com Ângela, a carência da escola vai além dos professores: “Já solicitamos junto à 1ª Coordenadoria de Ensino, a presença de um vigilante e, principalmente, mesas e cadeiras para os alunos. Até agora, nada”, cobra. Segundo ela, o governo do Estado “prometeu” o material para o início do ano letivo, que começou em 18 de fevereiro, mas ainda não se tem previsão de quando ele chegará.
“Durante a tarde já tivemos que cancelar aulas por falta de cadeira. Mandamos os alunos para casa”, denunciou. No laboratório de ciências da escola, há material para as aulas, mas faltam cadeiras e mesas. A diretora informou que a situação se dá porque eles precisaram retirá-las para o uso em sala de aula. No transporte entre uma sala e outra, os alunos chegam a perder até 20 minutos das aulas, informou ela. O laboratório de informática, que possui 10 computadores, também é usado como depósito, por falta de um lugar adequado.
Para a diretora, é preciso uma maior organização e a não-morosidade dos órgãos competentes. Ângela também acredita que já é hora do bairro ganhar mais uma unidade pública de ensino: “Temos uma faixa de 300 crianças fora da escola no bairro. Sabemos isso porque os pais já vieram procurar vagas e precisamos negar. Não temos capacidade de absorver esses alunos”, lamenta.

A ação do MP contra o governo do Estado, impetrada no dia 3 de março, por falta de professores da rede pública em Alagoas, constatou que 20 escolas enfrentam a carência de docentes. Segundo determinação, o governo tem 20 dias para normalizar a situação.

FONTE: material publicada no site Gazeta de Alagoas.

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